...Foi como se num repente do destino o meu coração cansasse de bater dentro de mim e, indo em sua direção, quisesse encontrar abrigo no seu peito, mais calmo e forte que o meu. Pedia proteção, talvez, alguém que o cuidasse de maneira melhor que eu. Desnorteado de hematomas físicos e íntimos, arranquei-o gradativamente e entreguei a você, e mesmo se isso não acontecesse, de alguma forma, eu estaria em suas mãos, na ponta dos dedos, como um cigarro, sendo devorado sutilmente, entrando pela sua boca e atingindo os seus pulmões, saindo pelas suas narinas. Eu estaria na sua casa, grande e vazia, a ocupar cada cômodo com minha presença. Eu estaria entre suas pernas, nu, como nasci, a perceber que eu preciso é de carinho e sentimento de entrega. Onde estou, recostado em seu peito, pairo ileso, sonhando em ser plural nesse mundo tão singular.
Por Júnior Creed
@juniorcreed
5 comentários:
Adoro a forma como vc escreve!
Beijo
Ana, eu tb gosto dos textos dele, aliás nosso, dos nerds. uhul
vc me lembrou de Camões, seja na escolha da imagem como ao pensar essa crônica maravilhosa:
"Mas, (segundo o que o Céu me tem mostrado)
já sei que deste meu buscar ventura,
achado tenho já, que não tenho."
é tão humano correr atrás do amor em tantas multidões, quando tudo que queremos é só o encontro com nós mesmos. é tão humano, meu amigão, tanto quanto a nossa negativa de que qualquer grande esperança não seja lá um grande engano.
abraço!!
amooooo tu, visse?!
E no fim, a gente só quer recostar num colo quente, nos sentir amados e seguros. A gnt volta a ser criança, uma hora ou outra.
bjm
Ju que lindo =)
Senti aqui a voracidade ao simples que é tudo,
Saudosa de ti amigo, mil beijos
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