terça-feira, agosto 31, 2010

Plexo solar



Dois namorados olhando o céu
Chegam à mesma conclusão:
Mesmo que a terra não passe da próxima guerra
Terra.... mesmo assim valeu.

Paulo Leminski









(Imagem: DeviantArt)

Não vou falar do desencontro, das ruas que não me levaram até você, do asfalto quente e seus pés descalços sob ele ou do seu sotaque em contraste com o meu, das suas mãos grandes, do seu sorriso doce ou dos seus olhos, dos óculos ou da foto de frente para o mar. Antes de você ir embora, quero que saiba que todas as histórias buscam continuidade, que a vida é muito longa e não sabemos o dia de amanhã. Nos prendemos a delírios estéticos no sentido de criarmos vínculo com o sobrenatural, mas dentro de nós mesmo, vivemos entre coincidentes epifanias. Tão longe, mas tão perto, bastavam três horinhas insossas dentro de um ônibus e eu estaria ali diante do desconhecido. Mas como num seriado americano, guardei as emoções para uma outra temporada, sem data para começar, mas com argumento para acontecer. Há mil coisas escondidas aqui no meu plexo solar, das coisas que nunca disse, como num filme antigo...




Por @juniorcreed

segunda-feira, agosto 30, 2010

sobre todas as coisas...

-
quanto mais eu espero menos vou ter que esperar…
--------

p.s: abraço!
-
@m4theuzz

quinta-feira, agosto 26, 2010

Crônica de uma Paixão Anunciada


"Quando sonho escrevo belos poemas,ao acordar esqueço-os e me ponho a abraçar a vontade de viver!"





não podia ser diferente.o tédio transpira ao amanhecer,é a hora
acordo para me apaixonar,antes de ir à frente do espelho
ela,distante,seria quem caminha nas ruas,perdida no cinza horizonte
se tudo ao redor um vazio,sem paixão que vida temos?
no trabalho a ânsia que assola,quem é ela a quem o meu amor tomará meus pensamentos?
geralmente são garçonetes,caixas de supermercado,atriz de um filme  cult que fica com o mocinho feio ou alguma colega de trabalho que deixou de maquiar-se ou mesmo a nova follower no twitter
ela vai me escrever um mail no meio da tarde que fará flutuar a realidade para longe de mim,abrupta
dirá aos meus ouvidos à noite:"te quero dentro de mim"
tanto carne como sonhos a vida é breve
cada batida,cada sôfrego,espero que esta esperança não seja a ultima
hoje é dia de se apaixonar ,valho-me inteiro,sem pedaços fustigados
...e minha musa acaba de aparecer!


@raphamarques

quarta-feira, agosto 25, 2010

Perfume masculino



E na falta de seu amor, 
ela banhou-se com o perfume deixado por ele em seu quarto, 
assim passou o dia inteiro cheirando a presença dele.

Por Lini Ribeiro 

segunda-feira, agosto 23, 2010

era ele?!

bastava vê-lo ao longe em tempo que se esconde para o coração palpitar, a garganta apertar. e teimar calar sentimentos e desejos proibidos não menos coloridos quando olhos se fecham para não escorrer lágrimas.
-
bastava vê-lo e perceber-se estranha sem nunca antes tê-lo tocado, beijado, mesmo sabendo, sobremaneira, que, de todos os homens compartilhados entre os orifícios de seu corpo, todos que lhe dividiram o cigarro após o gozo sem compromisso, nenhum deles até então tinha sido digno de seu amor mais verdadeiro naquele quarto imundo e de colchão esfiapado jogado ao chão.
-
e enquanto não tinha certeza alguma inocentemente caminhava disfaçando a vontade de segui-lo amando sem que ele de pleno soubesse, ainda que sabotando a si mesma ante o gosto salgado final e recente dos corpos sedentos que dela se desprendiam em riso cruel.
-
entretanto, findo o ato, o riso maior era dela. era esse seu trunfo e seu orgasmo secreto. faceta prestes a ser desvendada e, pois, curada, quando o amor verdadeiro lhe tirasse do chão e, aos braços, a levasse para cama.
-
um erro, só uma palavra ou o nada?!, cochichou novamente consigo mesma.
-
não sabia ao certo, e agora, além de leviana de quereres mil, ama. apenas mulher, à sua maneira, amando um estudante de futuro promissor, boa pinta, boa praça, boa família. por vezes, incapaz de comer tudo que reza. ama de um homem só. este de olhos pequeninamente infantis, não fosse a vida dupla que levavam.
-


@m4theuzz

sexta-feira, agosto 20, 2010

Vastas Tempestades





Não mato a sede de ninguém. E bem no sentido mais estrito da palavra: ninguém. E se existe algo que realmente mato são as conveniências. Mato tudo o que é grosseiramente prosaico e comum, para não dizer insolitamente vulgar. A gente passa a vida procurando o sentido das coisas e ao fim de tudo nos deparamos com pessoas que mais cedo ou mais tarde inventará qualquer mentira para se salvar das tais conveniências. Eu rio. E com efeito! Um mundo de faz-de-conta se cria com tanta facilidade e tão naturalmente como se na verdade, tudo isso fosse uma ilusão. Estou exteriorizando minha indigestão. A gente envelhece e não me preocupo com isso. Antes, eu pensava que seria uma velha tatuada aos 30 anos. E agora, vejo que carrego mais dúvidas do que costumava ter quando menina. E na quase oficina do meu entendimento, acabei de ler Raduan Nassar. Lavoura Arcaica. E vou me aflorando e nada me impede de entregar-me ao erótico senso comum do abismo que me permito. De fio a pavio eu ia me amando e me enfiando em tudo o que não é culpa. E vou sussurrando entre lábios: ”(...) não tenho culpa desta chaga, deste cancro, desta ferida, não tenho culpa deste espinho, não tenho culpa desta intumescência, deste inchaço, desta purulência, não tenho culpa deste osso túrgido, e nem da gosma que vaza pelos meus poros, e nem deste visgo recôndito e maldito, não tenho culpa deste sol florido, desta chama alucinada, não tenho culpa do meu delírio (...)”. É disso que vivo. Estou exagerando, eu sei, mas estou á flor da pele e não bebi ontem, nem hoje e escrevi uns poemas pra diluir minhas intrigas que são meninas bem vestidas, ingênuas e putas. Mas, não sou poeta. Nem gracejo rimas. Nem me atrevo com as palavras. E tenho medo de errar, morro de amor e sinto tesão e não tenho vergonha em dizer que amor raso não serve. Humana e mulher e procuro versos num livro que nunca fora escrito. Talvez eu seja estúpida, mas hoje é apenas um dia frio de vastas tempestades.
 
 

quinta-feira, agosto 19, 2010

Sentidos

“The Key” (A chave) [1946] de Jackson Pollock



"Será que, à medida que você vai vivendo, andando, viajando, vai ficando cada vez mais estrangeiro? Deve haver um porto."

(C.Fernando Abreu)



se decidisse pintar meu sofrimento não teria idéia de como seria
um quadro natureza-morta ou cubista ou dadaísta
um surreal de Magritte ou o clássico renascentista , que , me parece,na maioria das suas obras,contido,frio, indiferente.
Aqueles nus distantes,intocáveis;ou mesmo expressionista como o “grito" de Munch.
Uma dor à Kafka
bem,quanto ao sabor,nada insosso, creio que seria sabor de lágrimas,nada muito amargo longe do doce,pois a doçura enjoa,e como sou melado,transpiro mel.
(não toca em mim,garota,aviso,você vai grudar!)
Sentimentos espremidos de cores insanas,mescladas alguns instantes de vazio e esperanças corroídas que caminham com a vida,extenuante.
O tato áspero,sempre áspero.O toque que me deliciou,partiu há tempo,deixou-me rusgas,cicatrizes que olho e me corre lembranças,agradáveis,salivantes lembranças.
lambo meu passado e teu sabor me persegue,por toda a estrada,me leva contigo esta agonia,paladar que degusta tudo o que encontra,da diversidade flui em vãs passos
o aroma delicado forte de banho não tomado misturado a suor,porque na dor também há  um desejo incontrolável ,o qual chamamos de tesão.
E a brisa ouço,morna,suave,entra em meus tímpanos,são teus sôfregos pincelados em ritmos impressionistas.
Ah,preciso de uma chave para abrir a porta do meu museu e assistir ao meu quadro,de todo este estranho sentido,de formas que desconheço,deste quadro de dor.






Raphael Marques
@raphamarques

quarta-feira, agosto 18, 2010

Flores salgadas


Meu jardim está florido,
é o mais belo dos jardins.
Foi muito bem cuidado
e regado todas as madrugadas.
.
A água que usei foi especial,
vinda de fonte única
e de minha interia posse.
.
Foram lágrimas vertidas
em momentos de dor,
mas com o propósito
de trazer vida
onde quer que caíssem.
.
Cada gota não foi em vão,
umideceram minhas mudas
como o orvalho que vem do céu.
.
Meu jardim está florido,
mas temo que morra,
a cada dia sinto que
menos lágrimas brotam
de meus olhos.

terça-feira, agosto 17, 2010

Baile de carnaval


Da presença consentida ao passo de um canto, pelos cantos, uma noite e meio dia. Você bebeu tanto que depois de me beijar e dizer que me amava de uma maneira sobrenatural, perguntou de onde nos conhecíamos e não lembrou meu nome. Eu menti, obviamente, para não passar despercebido a mim mesmo, para fingir ser importante, para ter motivos para continuar ao seu lado... Talvez prevendo um choque de realidade que parece conspirar com o paradoxo de se levar para casa um estranho conhecido num baile de carnaval, não havia máscaras, exceto corpos suados pedindo mãos que tocam, criando atrito, contato, curto circuito de um coração ao outro, apenas cores diferentes que ofuscassem a visão. E só nos restava sentir, sem ver. Eu acreditei nas suas palavras, “então se entrega, porque a gente só vive uma vez, o que pode vir depois é apenas resquício”, vontade de reviver aquelas coisas indefiníveis. E eu me joguei: mordidas na ponta da orelha e uma escuridão abrupta, perdidos no espaço, faltava energia elétrica, mas não faltava energia cósmica de gente que queria se tornar apenas um no meio da multidão.




segunda-feira, agosto 16, 2010

deslembrar.*

queria pouco. mas o que queria era demasiado absoluto. não a aposta eterna em novos amores que tornassem menos árdua e um tantinho definida essa imensurável busca de sentido para todas as coisas. não! era de quereres menos doces nem amargos. tudo sob medida. só pra esquecer a racionalidade, desejando não pensamentos, principalmente os que lembrassem o disco riscado de versos clichês que ele deixou quando foi embora para, enfim, ser solta na vida tão só e sem sofrer.


sexta-feira, agosto 13, 2010

incansável





Desta vez, ele chegou e me cobriu de beijos. Entrou em mim. Queixo comprido, lábios finos, olhos tristes e toda falta de vergonha e culpa. Na verdade, sou sacana, pervertida, tenho preguiça e uma sensualidade exposta. Por isso, mesmo sem querer, só faço amor com afeto. Toda vez que eu achava que era o fim ele voltava sem senhas que me permitisse esperar por um atalho. E cavava meu corpo e nessa hora, eu gostava de olhar nos olhos dele. Não evitava. E agora, presa, eu voava num limite improvável cedido num beijo. Sinto umas vontades caladas, quase muda e penso em banalidades. Esmalte vermelho, meu disco de Tom Waits, livros empilhados, seus tramas e ele já esta dentro de mim. Meu silencio, minha agonia e meu riso escandaloso denunciam minha obediência. E não há perguntas por que eu sei que ele me quer. E orgasmo devia ser um ato publico. E o meu virou espetáculo. A mulher contorce o corpo e ele equilibrista, me aperta entre os dedos e eu me derramo. Eu me desmancho quando ele me eleva ao ritmo de prender a respiração, lamber suor e beijar quase morrendo e eu sempre mudando minha rota, virando rotina pra obedecer às ordens do meu amor. E tento me alimentar dessa casca suja que chamamos de fome. Trêmula, rastejo e ele me rasga em fúria e me torturo de pernas pro ar, porque é assim que ele me quer. Me definhando como animal que se alimenta apenas de água e não mais da gulodice que banhava minhas costas dias atrás. Ele pede abrigo dentro de mim e me adestra. Se despeja em esperma, resto de vida, dizeres recortados, tons sem Dó e uma vida de amor e cólera. Me rasga ate no fundo nesse chão que tantas noites fomos papeis rabiscados, prosa solta e pontas de cigarro, sangrando e gemendo e que casualmente nos afundávamos na mentira gentil de um amor inventado. Santa e pecaminosa porque sofro quando amo e sofro mais ainda mais na solidão. Deixa dormente o meu corpo de juras imorais. A vontade dele é mais justa e minha paixão é piada, mas, me alivia servir-me de alimento. Saio dele ferida aberta. Bêbados como moscas em açúcar, melados de nossa cínica e acovardada doçura. Contaminados de uma falsa pureza, como personagens de literatura fajuta. Depois, nos jogamos completamente nus, sem nenhuma palavra.



terça-feira, agosto 10, 2010

Comédia romântica



Ao som de Sufjan Stevens, To be alone with you


Sobrou um resíduo de nuvem do nosso céu particular na palma da minha mão e eu guardei para os dias que a saudade bater forte e eu não saber o que fazer com essas coisas sem nome, nem gosto, mas que só servem para sentir, assim, de maneira silenciosa, como sons inefáveis. E, por isso, falam que sou sentimental, e outros dizem que sou apenas romântico, demasiado, bem verdade, um pote de mel com formiguinhas alheias subindo e descendo no açúcar cristalizado, numa paisagem matinal, simples, daquelas tão triviais que a rotina nem é notada, faz parte de um ciclo de vícios naturais. Os olhares se encontram logo cedo, quando o sol ainda responde timidamente aos anseios da claridade que jaz atrás da montanha, como desenhos feitos por crianças da pré-escola, um sorriso num raio luminoso que desponta rodeado por corações vermelhos e beijos em formato de morangos minúsculos, ou casinhas de telhado triangular com fumaça saindo pela chaminé.



Por Júnior Creed
@juniorcreed

segunda-feira, agosto 09, 2010

O Homem-Grilo*.

O grilo procura no escuro o mais puro diamante perdido. O grilo com as suas frágeis britadeiras de vidro perfura as implacáveis solidões noturnas. E se o que tanto busca só existe em tua límpida loucura. - que importa? - Isso exatamente isso é o teu diamante mais puro! Mário Quintana.
--------------
Criou essa boa confusão para se sentir confortável de algum modo. Importar-se de menos, e se jogar pra vida como um grilo sedento por liberdade, preso há tanto numa caixinha de ilusões orientais. Mentiu, omitiu, falseou muitas vezes. E sê-lo por inteiro por vezes sem mentiras, omissões e falsidades. Mas, essa loucura, a mesma que lhe dá socos na cara, alimenta seu ser, sua vontade de sair por ai, pulando, voando, cantando, sem ter pra quê, com a mesma facilidade que nega a si mesmo. Aí lhe disseram que o jeito é: ou nos moldamos à falta ou pelejamos para satisfazer todas as nossas vontades... Talvez seja verdade. Rir e chorar, senão das coisas que ninguém entende, e só ele entende.  Sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado*. E quando a saudade se fizer premente novamente, no final, vai sobrar apenas um capricho de criança redesenhado por outra à espera de um anjo.
@m4theuzz
--------------------------------------
*O Homem-Grilo é texto inspirado no personagem homônimo de Cadu Simões, na peça teatral Sobre Anjos e Grilos (Deborah Finocchiaro) e, claro, na obra de Quintana, que nada entendia de questão social.
**Guimarães Rosa

quinta-feira, agosto 05, 2010

Agora é tarde!


                                                            (Picasso,the embrace)

O mais é nada. Fernando Pessoa

é imensurável a sensação da maturidade.
a gente cresce,leva porrada,faz poucas pessoas,mas especiais, chorarem.
estendi ombros como também repeli lágrimas.
sinto vergonha,embaraço,por momentos em que mais precisavam de mim,por nao enxugar essas lágrimas e agir como um tolo.
não há perdão,eu sei ,e nem razões que justifiquem em ser impulsivo,jovem e babaca.
sensibilidade nada tem a ver com egoísmo.
anestesiei sentimentos;fui frio,indiferente;deixei o rancor,orgulho prosperarem.
se pudesse eu pediria perdão e arrancaria este ombro tâo almejado no passado e ofereceria a quem me faz lembrar,com tristeza,esse comportamento de um jovem imaturo.


quantas vezes nos levamos a tomar atitudes  desnecessárias e mais ainda:tanto sofrimento inútil?
o ser humano tem esta bondade de sofrer por sofrer causando dor alheia.
lágrimas desperdiçadas,instantes jogados ao relento como se a vida fosse vivida eternamente.
arrependimento não alivia a dor causada,talvez a desculpa e inúmeras delas desgastam mais o relacionamento e apressa o fim;mas se o fim é desejável,para ambos,por que sofrer e fazer sentir culpa da forma mais cruel?
tudo inconsciente,por isso, perdoável,diriam.

Discordo.
mas isto fica para outro post.
entretanto devo ser alguém mais maduro hoje,apesar de imensurável-esta consciência caótica-porque no passado eu não me enxergava desta forma.


@raphamarques

quarta-feira, agosto 04, 2010

Aprendizagens colhidas



Aprendi que apenas o TEMPO e somente ele, te revela coisas e te faz perceber o que verdadeiramente importa nessa vida.
Importa que apenas os que eu amo saibam disso, afinal o alvo de meu amor são eles, não o resto do mundo que me é indiferente, afinal parafraseando os Tribalistas “eu não sou audiência para sua solidão”.
Importa saber que sou a ÚNICA responsável pelos meus atos e arcar com as consequências desses, mas sem me vangloriar ou me martirizar para sempre, pois com o tempo a gente aprende que soberba é para gente esnobe e como diz Chico Buarque, “esnobe é indivíduo sem nobreza”.
Importa que eu lembre sempre de onde vim, para assim visualizar melhor para onde quero ir.
No pouco tempo que já vivi, percebi que menos é mais, que calar-se é mais sábio do que falar, falar e falar…
Percebi que murro em ponta de faca só começa a doer quando alguém do nosso lado chora vendo nosso ferimento enquanto estamos cegos socando sem parar.
Percebi que amigos são importantes, mas que não devo me apegar a eles e nem confiar de todo, somos falhos, sem exceções, e assim como os amigos vem, eles se vão e outros aparecem para nos fazer companhia.
Descobri que não preciso de promessas de amor, visualizações longínquas de um futuro bom, é questão apenas de ser coerente diariamente do que se diz que é, e trabalhar em prol do que se quer construir.
Mas não adianta, coisas assim só o TEMPO revela…


Por Lini Ribeiro
Postado originalmente em meu extinto Orquidário

terça-feira, agosto 03, 2010

All is full of love


“Amo a vida
Fascina-me o mistério de existir
Quero viver a magia de cada instante,
Embriagar-me de alegria
Que importa a nuvem no horizonte,
Chuva de amanhã?
Hoje o Sol inunda o meu dia”
(Helena Kolody)

 
 
Avista a nuvem no céu e brinca fazendo desenhos imaginários nas nuvens, sai correndo, aceita a vida como um presente, dá uma risada alta e os olhos brilham de satisfação. São tão poucos e raros, pensamos. Mas são tantos e não notamos, pequenos momentos de felicidade que chegam e partem, porque nunca demoram tempo suficiente, e nem nos damos conta de quão válidos são eles. Para nos mostrar que estamos vivos, para aceitarmos que a dor é necessária e quando ela passa, resta-nos o aprendizado. Ninguém quer ficar sozinho, então aprende que para o outro vir temos que ser adaptáveis, sejam às soluções de nossos paradoxos internos ao novo que se aproxima. Meu coração é uma mistura de loucura e reticências, cansado de guerra, um cadeado enferrujado de corrente frágil, mas que pulsa incessantemente, não me desfaço mais de nada, apenas disfarço, tudo está cheio de amor...

Por Júnior Creed
@juniorcreed

ESCLARECIMENTO: O texto “All is full of love” é de autoria de Júnior Creed e está, inclusive, registrado na Biblioteca nacional. Foi publicado pela primeira vez no blog Vale da Solidão em 03/07/2008, como vocês podem comprovar no link a seguir:

http://valedasolidao.zip.net/arch2008-07-01_2008-07-31.html


O autor agradece a denúncia de plágio, ancorado na lei 9.610 dos direitos autorais e vai tomar as devidas providências. PLÁGIO É CRIME!


Sobre lei do direito autoral na Internet: http://www.e-commerce.org.br/direito_autoral_na_internet.php


O plágio: http://www.fotolog.com.br/caah_rol/70955729

segunda-feira, agosto 02, 2010

tem dias...

(tem dias*)

e eles são assim, meio estranhamente agradáveis, sabe?! a gente diz que vai dormir cedo para deitar muito tardamente, depois de dizer n vezes que precisa dormir cedo pra acordar cedo e cedo por cedo, como a carne ou os ossos, tudo no mesmo, abre os olhos, estica os braços e nenhuma vontade realmente de levantar nem por desejo de poesia.

(procura*)

mas, aí vc corre porque se dá conta de que precisa se tacar pro trabalho ou pros estudos. levanta, corre pra cozinha, prepara um café, mas joga água gelada pra não queimar a língua logo cedo e não achar que o dia continuaria sendo tão boring.

(pelos velhos e vãos motivos*)

correndo, chega no trabalho. puxa uma cadeira, senta na cadeira, pensa, conta, escreve, fala, puxa a cadeira, sai da cadeira, conversa e falsos interesses vão se delineando com o passar do amanhecer que não é o mesmo “amanhecer, o amanhecer, o amanhecer” da música. e o trabalho é tão sem noção como somos sem noção ou fadados a crer que não temos nenhuma?! continua. para sem acento e come. para sem acento e bebe. para e come e bebe sem assento e volta e continua.

(não me deixe um só minuto sem amor*)


de noite, volta para casa. toma um banho. janta. pensa em dormir. e ganha um beijo da mãe. e...

(mais um dia - parece - findo*)

com a vida tão clichê de vais e vens.
como a fossa. a fome. a flor.
como a gente só toca adiante.
como decide dormir…
cada um com seu (des) engano.

(tem dias…*)

@m4theuzz