domingo, novembro 28, 2010

Silêncios de uma tempestade

“Quem sabe isso passe
  Sendo eu tão inconstante...
 Quem sabe eu volte cedo ou
 Não volte mais...”
(Ana Carolina)

Um dia frio, um céu perdido em cinza(s). Fora: o vento! Incessante, cortando! Dentro: um algo que não defino! E que, no entanto, corta igual! Talvez um vazio, talvez uma espera que já não espera, talvez uma tristeza que já não consegue chorar, talvez uma dor que já nem sabe como sangrar. Há uma lágrima querendo acontecer, mas não encontra um jeito ( peito segura a chuva, coração contém a explosão!). Ponto-de-fuga-cego, a mesma música ainda, os mesmos erros também! Mas, tudo parece meio bobo agora. Quando o céu desaba silencioso não há como questionar tempestades. Não questiono nada então, deixo de procurar teus sinais, não me confundo mais. Deixo tudo como está. Fica tudo certo na aparente quietude de teus medos. Tudo previsto e ensaiado. Talvez se contente assim! Não eu! Não me satisfaço com essa coisa morna. Amor que desperdiça afetos, segredos impedindo o gesto, adiando o olhar. Dor pra mim tem que sangrar! Amor só serve se arder!. Porque amor por vezes dói, e têm horas que dói muito, aí não tem jeito, há de se deixar sangrar... Dói pela gente, muito mais pelo outro. Não dá pra simplesmente calar... Por isso, hoje eu saio!A porta permanece aberta, contudo não vou entrar (é saindo que estou...). A distância é a mesma, sempre foi e eu “estive o tempo todo aqui”, e  não vou dizer que “só você não viu”, porque sei que viu, notou e quis, maaaaas... É... Tem sempre um mas. Estou farta de mas! Não quero mas.  É o mais que quero! Não menos, não mas, MAIS! Complexo? Não! Simples assim! É chegada a hora de esvaziar-me além do vazio(esvaziar-me além de mim mesma), deixar de lado o que me tornei pra voltar a ser o que sempre fui. Preciso me sentir de novo, sangrar minhas dores, doer inteira até o fim. Preciso partir, enfim... Não de você! De mim! (Porque já não sangro e o sentimento é estranho...). Abandono-me então! Não abandono o sonho, tampouco você! Deixo-me perder nesse instante, pra quem sabe um dia me encontrar inteira de novo ! Sigo! Não sei bem por onde, ainda não diviso o caminho, pode ser que eu volte(só não sei quando, nem como,  nem se...)! Por agora apenas vou. E juro. Sem olhar pra trás! “ Por hoje não”! Ao menos hoje não vou olhar pra trás...

por Cris Luz

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