terça-feira, setembro 07, 2010

Incandescente



“Tem um aviso na porta do meu coração:
Quem não dança conforme o ritmo da casa, não perca tempo tocando a campainha."
Maria Bethânia no show “Drama – Luz da noite”


Como se um fosse cópia do outro e essas cópias se unissem e desejassem o contato somado, somando. E nada mais restasse ao tempo, ao vento, às dores, as cores. Esqueceria fácil da existência fora daquele quarto, de um mundo além da porta. Serenava nas nossas costas largas, um orvalho salgado para uma sensação doce, comungar do prazer do outro, das dobras da pele, apagando o fogo com o suor que minava da incandescência máxima do limite do prazer. Dormir junto e amanhecer a cada instante. Os pelos do peito forte em total sincronia com a aura, luminosa, que concebia ao simples toque de seus dedos em minha nuca, um choque de idéias que, assim como a calada da noite, trazia um mistério inebriante.

Pareceu cena de novela assisti-lo acordar nu em minha cama grande, um corpo igualmente grande, tão igual ao meu, em detalhes diversos.



Por @juniorcreed

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