terça-feira, junho 29, 2010

Pêra, uva, maçã


Como numa frase daquele livro de Goethe, “no antegozo de todos os prazeres subiu ao cume, e estende os braços para cingir todos os seus desejos”, suspirava numa mistura de ansiedade e volúpia, ainda que não soubesse muito bem o que era aquele sentimento. Dois minutos se passaram, quando finalmente senti o torso grosso e quente encostar-se às minhas costas frias, as semelhanças – tão suas e minhas – arrimar ao sul do meu corpo e ao virar-me sob a escuridão só sentir o ar saindo das narinas, tocando no vazio do ambiente e as mãos curiosas entrelaçando em cada viela do corpo para culminar num abraço... Éramos só um agora. Extensões múltiplas de nossas variáveis carnais que se encontram numa sinfonia sincronizada, deliciosamente ritmada. Adentro o éden em jatos de proporções vulcânicas. Sob o peito peludo e largo, busco no encontrar de sua boca, um néctar pecaminoso, onde jaz o mais puro gosto do fruto sagrado.






                                                                                                     Por Júnior Creed
                                                                                                         @juniorcreed

6 comentários:

Anônimo disse...

"Éramos só um agora."

E eu díria:


Éramos Plurais
Éramos mais
Entre ais e gozo
Pra ficar Louco
Deixar tudo rouco
Mas nunca pouco
E de tanto amor
Éramos tantos
Dançando entre Santos
E amando aos prantos
Éramos nós
Qual vento veloz
Deu um crime atroz
Éramos a sina
Que acordava a rima
Desfazendo a rotina
Em qualquer lugar
Ou em qualquer esquina
Da minha libido
Comendo meu fruto
Proibido.

Amigooooo, To abusada neám?...dei até pra rimar. kkkkkk.... Acho que enlouqueci!..

Xêro!!

freakwesley disse...

Adoroooooooooooooooooooooo, putaria erudita =}

Projeto Neytter disse...

E depois? E depois? rs Por isso não me identifico como hedonista... rsrsrs. Muito bom, Ju!

Emilly disse...

Nossa se ñ fosse Goethe não acreditava...passada 3x! ;D

Valfredo Mateus disse...

passado 3x também!! hahahahahahahahhaha... se todos as minhas transas fossem poética desse jeito, juro que faria mais vezes. muitas vezes!

Raphael Pereira disse...

cara, Goethe era um hedonista nato,sabia?
veio bem a calhar com tua prosa cuja harmonia poética encanta.
Parabéns Junior!