quinta-feira, dezembro 30, 2010



esse final de ano está sendo curiosamente diferente. esqueci de algumas coisas, alguns detalhes, algumas pessoas. que serão lembradas sim, antes que finde o ano. termino o ano com mais certezas do que iniciei-o. com certezas de alegrias que virão sempre, de amigos que virão sempre, dos amigos que se irão pra sempre - e que não voltarão não, de que existem pessoas que vão aparecer na sua vida pra fazer você crer, e te dar esperança, e te dar vontade, gás, luz. e isso vai ser bom. 
que na vida é importante mesmo ter fé, esperança, e acreditar sempre. ao contrário do que muitos dizem, a esperança nunca morre. a minha nunca vai morrer. 
o ano finda, e meu peito está cheio de alegria. meus olhos marejados quando eu penso, quando tenho certeza de que tudo vai dar certo, e eu não tenho mais medo. 
vou seguir assim. acreditando nas pessoas, acreditando na existência, na vida. e num novo ano. pra todo mundo. 


@azulrasgado

terça-feira, dezembro 21, 2010

Seis pedidos


E depois de estar envolto naquele universo onírico e atraente e ver-me sucumbir ao ostracismo rancoroso da tristeza, amarrei uma fita vermelha e outra branca no braço direito, saudando Iansã, com suas cores, deusa das paixões, e fiz seis pedidos para o amanhã que logo virá, pois afinal sempre vem: que eu não me perca, não ceda, não chore, não enlouqueça, mas beba e ame, com toda a intensidade de um coração que conhece o gosto raro de amar. E desamar. E amar de novo.

segunda-feira, dezembro 20, 2010

You think love is simple. You think the heart is like a diagram...*

nunca fui de ligar muito pras coisas que visto. nunca fui de comprar roupas cujo significado seria senão o de não ficar nu. mas, entre um pensamento e outro, acabei lembrando de uma camiseta minha.

sorrateira e covardemente verde, tem uns escritos em cor branca na parte frontal (keep ur hands in me to keep myself free), e nada na dianteira. é lisa. é simples e, o caralho, intriga de alguma forma. por quê?!

a liberdade, embora aparentemente apresente significado nenhum nos dizeres dessa blusa, mais se assemelha a uma camisa de força para quão louca for essa tal ânsia por amor e abertura de mim homem, que passeio por entre a confusão de uma segunda-feira e a saída de uma sexta a brincar com a (não?) casualidade de uma vida inteira.

tão verde quanto o sinal verde que motiva e condiciona. tão de linhas brancas quanto as letras brancas de uma pseudo-paz que aprisiona.

mas, a vida segue, né?! segue.

por @m4theuzz---
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* p.s: “você acha que o amor é simples? você acha que o coração é como um diagrama?” – do filme ‘Closer’.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Coração de Pierrot

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros”. Caio Fernando Abreu


Coloquei minha melhor fantasia e fui desfilar minha tristeza mascarada num semblante de alegria tão verossímil que acreditei mesmo estar feliz descendo a ladeira quente e dormente, os pés num sapato apertado, e um gosto de chiclete de menta na boca, eu tateava com os olhos nos passos que seu sorriso seguia, dando cambalhotas de euforia num meio de piratas, bailarinas, reis e rainhas. Meu coração de Pierrot é tão fraco e tão infantil, se perdeu nas cores da folia, e antes da quarta-feira de cinzas sucumbiu. Fantasiei-me de você, por me perder de tudo que era eu, virei sombrinha de frevo, uma valsa numa marchinha.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

e um dia ela se encantou com aquele jeito calmo, e achou que ele merecia um pouco mais de atenção.
e ela se chegou sem muitas pretensões. de vê-lo na sala, achou que podia, que devia, que era seu. e ele era simpático, do tipo 'aberto', e sobretudo atencioso. ria fácil e se interessava pelo que lhe diziam. e como achasse que aquele jeito calmo merecia mais atenção, deu.
e ela se encantou. e desejou saber mais sobre aquele que lhe despertava tal sentimento. se ele gostava de livros, se lia por prazer ou por necessidade, se ouvia Chico, Gil ou Caetano, ou música regional, se gostava de namorar no sofá, e quais eram as extravagâncias que nunca teve coragem de fazer.

não por paixão. não, não era paixão. mas por encantamento.

@azulrasgado