domingo, março 09, 2014

Os segredos que eu não conto

(ou Coisas que ninguém entende)


Que eu mergulho em paixões diversas. 
Que meu peito palpita e enlouquece. 
Que a vida alheia me interessa - Que segredos trazem, que histórias tiveram? Em quais lugares passaram e quais as impressões da vida que ficaram. 

Que eu insisto em paixões. 
Que depois de deprimida, me agarro a elas. É questão de sempre. Caso clínico, necessito de médicos, remédios, terapia. Sempre precisei, e mais. Negligenciei. 

Que eu insisto em paixões, parte das quais não proporcionam futuro algum. E mais algumas, não me dão certeza de nada (e eu não falo só de homens)

Que Belchior me define, Marina me excita. Gil me acalma. Rita Lee me fala dos dias jovens. 

Que eu morro muito todos os dias. E que renasço também.
Isso também é paixão. É fênix, é mito. 

Faz parte dos meus segredos, este meu mundo paralelo. Um  viver de coisas que só existem pra mim. São 10 mil flores brotando do chão a cada minuto, inundando. E elas brotam, desesperadas em busca de sol, de luz, do vento, do que as faça viver. O chão úmido. São mais umas mil flores entrando em mim, perfumando. Falo de um sol que aquece a pele, que doura caminhos. Caminhos de terra, de pedrinhas minusculas, roladas. O cheiro da terra no ar, mas o perfume suave das gérberas coloridas ao redor é apaixonante. De pés no chão pra sentir a terra. Vento e chuva. 


Que eu mergulho em mim mesma e fico introspectiva. Que eu mergulho em mim mesma, e desperto meu lirismo, observo as brigas recentes em casa, a queda que eu tomei na ladeira do alberto passos, todas as minhas idas ao supermercado.

Que quando eu mergulho em mim mesma, eu sinto que minha vida será breve. 

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